Se você abriu as redes sociais nos últimos dias, talvez tenha se deparado com mensagens do tipo: “Idoso não paga mais pedágio!” ou “Nova lei garante gratuidade para maiores de 60 anos em rodovias”.
Boa notícia? Seria. Realidade? Não.
A informação não procede, pelo menos não por enquanto. O que existem hoje são projetos de lei que foram apresentados no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa de São Paulo. Entretanto, nenhum deles foi adiante.
Ou seja: idosos continuam pagando pedágio normalmente.
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De onde veio a confusão?
A confusão começou quando o PL 220/2025, apresentado na Assembleia Legislativa de São Paulo, começou a circular fora do contexto.
O texto propunha a isenção de pedágio para pessoas idosas nas rodovias estaduais de São Paulo, inclusive as administradas por concessionárias.
Mas há um detalhe essencial: dias depois de apresentado, o projeto foi retirado por seu autor, o deputado estadual Paulo Fiorilo (PT).
O que dizia o projeto?
O PL 220/2025 se aplicaria apenas a rodovias estaduais de São Paulo. Rodovias federais (as BRs) dependem de outro debate, e o texto equivalente é o PL 518/2023, ainda parado na Câmara dos Deputados.
Ou seja:
- PL 220/2025 → São Paulo → Rodovias estaduais
- PL 518/2023 → Brasil → Rodovias federais
São discussões diferentes, em esferas diferentes, com agências diferentes (ARTESP no estado, ANTT na União) e contratos diferentes.
Além disso, enquanto o projeto estadual foi retirado, o federal foi rejeitado em comissão e acabou arquivado.
Esses são os pontos que muita gente ignorou.
O que diz o Estatuto da Pessoa Idosa
O Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/2003) garante prioridade em serviços públicos e privados, acesso à saúde, transporte coletivo gratuito ou com desconto e atendimento preferencial.
No entanto, ele não prevê isenção de pedágio. O Estatuto trata de transporte coletivo, não de uso de rodovias pedagiadas.
Ou seja, o direito ao transporte gratuito no ônibus não se estende ao carro particular, que envolve outro tipo de contrato: o de concessão de serviços públicos.
Outros projetos semelhantes no Congresso
Essa não é a primeira vez que a ideia circula. Em 2010, o Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), sugeriu o mesmo benefício para motoristas acima de 60 anos, desde que estivessem conduzindo o próprio veículo em rodovias federais. No entanto, o projeto não foi adiante.
O que está valendo hoje
Hoje, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, o pedágio continua sendo cobrado independentemente da idade do condutor.
Inclusive, de acordo com o Artigo 209 do CTB, tentar passar sem pagar gera:
- multa de R$ 195,23,
- 5 pontos na CNH,
- e registro de infração grave.
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